PESQUISA APONTA CRESCIMENTO DO NÚMERO DE MÉDICOS NO BRASIL
Nos últimos 40
anos, o crescimento atingiu mais de 500%. Quantitativo maior que o crescimento
da população das últimas cinco décadas que foi de aproximadamente 100%,
conforme aponta o IBGE.
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Segundo a Pesquisa Demográfica Médica no Brasil divulgada
no início do ano pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o número de médicos
registrados no país até 2012 é de 388.015 profissionais para uma população de
193.867.971 habitantes. O estado com maior número de médicos é São Paulo,
seguido do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Enquanto que Roraima possui apenas
646, seguido do Amapá (667) e Acre (819).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza como
parâmetro ideal de atenção à saúde da população a relação de um médico para
cada mil habitantes. Levando em conta esse parâmetro, o Brasil estaria com um
percentual bem superior. A média nacional é de dois médicos para cada mil
habitantes, conforme aponta os estudos do CFM. Pela pesquisa, o Distrito Federal
(DF) aparece em primeiro lugar nesta relação com 4,09 profissionais para cada
grupo de mil habitantes. O Amapá aparece em antepenúltimo com 0,95. Maranhão é
o último colocado com apenas 0,71 médico por mil habitantes.
Segundo Mario Scheffer, professor da Universidade de São
Paulo (USP) e um dos responsáveis pela pesquisa, a média brasileira não é
baixa. O número de profissionais na rede pública é que tem se mostrado
insuficiente. A média nacional de médicos que atendem a rede pública por grupo
de mil habitantes é de 1,1. O Distrito Federal aparece com o maior percentual
do país com 1,72 e o estado do Pará figura em último lugar com apenas 0,50
médicos trabalhando na rede pública para cada mil habitantes.
De acordo com Roberto D’Avilla – presidente do CFM, o
aumento do efetivo de médicos no Brasil tem se mantido entre 4 e 5% ao ano.
Para o CFM, esse crescimento está relacionado com a abertura de novos cursos de
medicina, aumento de novos registros, mais entradas que saídas de profissionais
do mercado de trabalho, perfil jovem da categoria, além de maior longevidade
profissional. Apesar desse eminente crescimento, D’Avilla adverte para a
necessidade de uma melhor distribuição desses profissionais nas diversas
regiões do país. “O número de médicos e faculdades de medicina é suficiente. O
que precisamos é levar jovens estudantes para regiões que têm mais
necessidade”, afirma D’Avilla.
A meta do governo federal é estimular ainda mais esse
crescimento do número de médicos no país. O objetivo é alcançar a taxa de 2,5
médicos por grupo de mil habitantes até 2020. Para isso, o governo pretende
aumentar de 16 para 20 mil formandos em medicina por ano. Os dados compõem as
diretrizes do Plano Nacional de Educação Médica. O desafio é equalizar a
distribuição geográfica dos profissionais no Brasil.
Por P.R. Barbosa
Foto: Nixon Frank - Agência Amapá de Notícias
Disponível: http://www.agenciaamapa.com.br/fotos/4650/