quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

DESPERDÍCIO DE RECURSO PÚBLICO


 Obra que deveria ser símbolo do ecoturismo e geração de recursos acaba-se em ruínas


Vista frontal do Hotel Bosque construído às margens do Rio Marinheiro no Arquipélago do Bailique
Fotos: Fabrício Barbosa
Fotos: Fabrício Barbosa

H
otel Bosque, construído em 2002 pelo Governo do Estado do Amapá, no Arquipélago do Bailique para divulgar o eco-turismo, fomentar a economia e valorizar a cultura regional encontra-se em total estado de abandono e deteriorização, sem nunca ter realmente funcionado.
Construído em uma área de 3.000 m² de floresta, o Hotel Bosque integra um arrojado projeto sócio-ambiental e turístico implantado pelo Ex-governador João Alberto Capiberibe no Arquipélago do Bailique, que ainda conta com uma Escola Bosque. O objetivo era despertar a consciência da população local para a preservação ambiental e o uso dos recursos naturais de forma sustentável.
A construção do Hotel Bosque levou cerca de um ano e meio para ficar pronta. O valor da obra foi estimado em 1,3 milhões de reais e foi custeado com recurso público provindo do Governo Estadual e do Ministério do Meio Ambiente, através do Programa para o Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal - Proecotur.
Imagem dos apartamentos construídos no meio da floresta
 Construído com mão-de-obra e matéria-prima local, sua arquitetura foi projetada e adaptada às condições regionais. Com estilo palafita, feito em madeira e telhados de palha, o objetivo era oferecer conforto e beleza atrelada à sintonia com a floresta e os seus habitantes.
O projeto pretendia empregar dezenas de pessoas da própria localidade que seriam formadas pela Escola Bosque e depois receberiam treinamento especializado para cuidar da administração e manutenção do empreendimento, bem como, divulgar o potencial turístico e cultural da região.

Inaugurado em 2002, pelo então Governador João Capiberibe, ainda sem todos os equipamentos de funcionamento, o projeto não teve continuidade pelos governos posteriores. Apenas vigiado e conservado por empregados da empresa de vigilância Pointer, contratada pelo Departamento de Turismo do Estado, o hotel serviu para alojamento de alguns turistas, professores da escola Bosque e para a realização de alguns eventos públicos.
Em 2004, através de uma escusa e polêmica concessão, o hotel foi cedido a Cooperativa de Negócios e Consultoria Turística - Conectur, presidida por Wladimir Furtado, que não efetuou nenhuma revitalização no espaço e nem tampouco iniciou o funcionamento do hotel.
Com o fim do contrato da Pointer com o Governo do Estado, as instalações ficaram totalmente abandonadas e mais vulneráveis ainda à ação do tempo e de saqueadores. Atualmente, o hotel que custou milhões de reais, provenientes do bolso da própria população, e que deveria atrair recursos para a população local e contribuir para o desenvolvimento do Arquipélago do Bailique, encontra-se em ruínas e servindo apenas para alojamento de animais silvestres e ações de vândalos.     
Vista do trapiche construído às margens do Rio Marinheiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário